terça-feira, 2 de abril de 2013

Olho mágico

Te olho.
Posso perceber sua respiração ofegante da subida.
Tão perto, tão distante.
Você espera.
Após o soar da campainha, a ansiedade do rodar da maçaneta e do rosto na fresta da porta antecedendo a abertura de um abraço terno.
Seguro na chave. Aguardamos o barulho das roldanas da fechadura.
Mas não.
Você, assim, pequeno de longe. Já não enxergo seu cabelo milimetricamente ajeitado para o lado direito.
Sinto na palma de uma mão a rigidez da porta, na outra o gelo da maçaneta.
Me afasto.
Você desce.

Caminham por aqui.