segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Devir

Lembrei-me das aulas de filosofia.
Heráclito pra ser mais preciso.
Devir é o desejo de tornar-se.
Desejei tornar-me o que me tornei ou tornei-me o que me tornei sem desejar?
Não sei. Devir é mudança constante.
Mudei, mudo e mudarei.
Talvez seja essência ou talvez seja substância.
Não há como saber.

sábado, 18 de dezembro de 2010

mais uma

com licença Cecília Meireles:

"em mim, não vejo começo nem fim"

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pensando

Sobre o filme que vi e senti falta de suas críticas.
Sobre a [sua] toalha dobrada e seca.
Sobre a [minha] toalha secando após o banho sozinho.
Sobre a cama que estará vazia sem você.
Sobre o despertador que irá despertar 6 vezes sem sua mão pra desligar.
Sobre sua reclamação de que durmo muito e não acordo.
Sobre o beijo que desejarei ter, mas não posso.
Sobre o café que tomarei só.
Sobre a mochila que vou arrumar.
Sobre o tempo que não vai passar.
Sobre mim.
Sobre você.
Sobre nós.
Sobre a saudade.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Balanço de aniversário

Antes
Fazer sem pensar.
Falar sem saber.
Calar.
Impulsividade.
Expectativas para decepcionar.
Dúvidas.
Desistir.
Tentar.
Sofrer.

Depois
Pensar pra fazer (ou não fazer).
Saber pra falar.
Desabafar.
Serenidade (as vezes).
Expectativas para decepcionar mais ainda.
Dúvidas fazem parte.
Insistir.
Acreditar.
Viver.

Depois de perder mais um ano de vida e entender que realmente mais um ano é menos um ano, percebo que apesar de algumas circunstâncias, ficar mais velho é um passo para amadurecer. Cada qual a seu modo.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Paradoxo

Dia SIM
+
Descanso

=

Paradoxo
Nem parece segunda-feira

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

história

estou fazendo história.
a história só acontece quando se encontra os elementos de sua história nas realizações dos seus antepassados.
encontrado, e agora?
rumo ao futuro.
sujeito ao tempo e ao espaço e em função de mim mesmo.
veio antes, vivo agora e caminho pra ela.
destino não há.
há construção, escolha e muito mais.
muito mais mesmo.
subjetivo ou objetivo estou construindo nova história.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

números e letras

descobri que os números as vezes engolem as palavras
descobri na prática
exatos(talvez) e frios (provavelmente)
constrangedores em alguns momentos, mas que sozinhos não conseguem ser absolutos
precisam de palavras para completá-los e explicá-los
mas são bons
não escolheram ser assim apesar de ocuparem espaços bem grandes com suas preocupações inclusas
em algum lugar sei que os números e letras vão conseguir se harmonizar e viver em paz. como num teclado de computador.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

juízo final

Aí você faz uma linha reta e em volta dela faz vários planos para chegar no ponto que quer alcançar. Todos os dias você acorda com o pretexto de seguir aquilo que está na cabeça. Tudo como você quer, de acordo com sua vontade humana e egoísta.
Chega um momento que tantas decisões são exigidas, tantas situações vividas e a consciência trata de pensar se o que foi feito (ou não) foi realmente como se planejou.
E muitas vezes percebe-se que algo foi deixado de lado, ou alguém foi magoado. E aquela linha reta que se traçou pode vir a se tornar um risco na sua vida.
Um risco torto, um risco apagado, um risco que assumiu e fez questão de cobrar as suas consequências.
Riscar um risco é arriscado.
Vale a pena deixar na mão do acaso e cuidar para que o acaso não seja unânime.
Um risco que é risco acaba pesando no juízo final.
E lá, ao estabelecer a relação entre o que se conceituou e o que se realizou, pode fazer perder o juízo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Mala Vazia

Aí você vai viajar e tem toda aquela organização.
Pensar o que levar, quantos dias vai ficar, as coisas que vai fazer...
Tantos pensamentos e planos que nem sempre dão certo.
Cada momento pensado é possível que seja mudado pelo imprevisto.
É como se você arrumasse a mala com tudo que precisa e, ao chegar, estar de mala vazia.
Tudo perdido.
A certeza é uma coisa que não existe, ainda que haja muita preparação.
Na viagem de volta à Rua Verde, a mala está vazia.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Amor de Filho e Mãe

Sempre gostei de fatos com crianças.
A reação delas a qualquer tipo de situação é muito verdadeira, independente se ela será boa ou ruim para o interlocutor.
Esses dias presenciei uma cena que achei linda e que me emocionou.


Uma mãe estava saindo com seu carro da garagem. Era após o horário de almoço, isso sugere que ela estava indo trabalhar ou para algum outro compromisso e isso é irrelevante.
Quando o carro já estava por completo fora de casa ouve-se um grito de uma criança:
- Mamãe!
Ela colocando a cabeça fora da janela responde:
- Oi meu filho.
Eu imaginei que a criança talvez fosse pedir um chocolate, um doce, um sorvete ou qualquer coisa, mas o menino grita:
- Eu te amo!
Senti a emoção nos olhos da mulher e no sorriso que logo ela estampou no rosto.
- Mamãe também te ama! - ela disse.

Tem coisas que acontecem que me emocionam. Essas são do tipo que me emocionam muito.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Construir

Um tijolo, cimento, mais tijolo.
Vai subindo, subindo, subindo.
Aos poucos a construção vai se erguendo como um passe de mágica para aqueles que não veem e arduamente para aqueles que nela trabalham.
Só quem sente o sol queimar na pele entende a dimensão de uma construção como essa.
Porém, antes de acabar vem um temporal e derruba tudo.
Sem uma boa base não tem como esperar que a construção resista uma forte tempestade.
E sem uma forte tempestade não tem como atestar como anda a base.

domingo, 2 de maio de 2010

Equimose

Vou pichar os muros, pintar o telhado de branco, mudar a ordem das casas, fazer com que a rua se torne menos monótona, colorindo-a em novos tons de verde.
Mudar o caminho, andar de costa, tomar um novo banho de chuva pela manhã e ao final do dia admirar o pôr-do-sol.
Ler um novo livro, olhar de uma forma diferente para as coisas, descobrir em cada abraço amigo um colo acolhedor.
Andar de bicicleta e soltar as mãos. Sentir o frio na barriga e a brisa no rosto para ter a boa sensação de estar vivo. E de viver. Em altos e baixos, mas viver.
Comer, comer, comer.
Sem ritmo, sem sensatez, sem regras, pois as regras são feitas para quem as construiu. Tenho as minhas.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sonhos [novamente]

Não se sabe o sentido de sonhar.
Tantas questões que pairam na cabeça e não sabe-se se é sonho, expectativa ou realidade.
Sonho na verdade serve pra duas coisas: construir ou destruir.
Algumas vezes os sonhos são possíveis e motiva agir de fora a atingí-los, nesse caso podemos dizer que eles constroem.
No entanto, eles podem fazer com que você se mova, mude, corra e veja que não tem como mais ir adiante. A partir daí eles estão destruídos. E pode ainda destruir o sonhador, levando-o a não sonhar um sonho como tal.
Complicado.
Sonhar é bom, realizar é mais ainda. Mas acima de tudo, o sonho é um risco. A frustração e o aprendizado de um sonho não concretizado, pode ser definitiva na construção ou não de novos.
De teimosia (ou obstinação), vale a pena continuar tentando sempre.

domingo, 25 de abril de 2010

Oportunidade e acaso

É como matar a sede com água bem gelada após um dia de grande calor.
Sentir aquela sensação boa e no cérebro um conforto inabalável por qualquer problema que o dia ou a noite mal dormida possa ter deixado.
Sentir que o ir e vir é um fluxo constante e recíproco.
Talvez a sensação nem seja essa, seja melhor. Diria indescritível.
Talvez também seja menos que isso, ou nada. Só expectativas, mas que se não forem concretizadas, continuam boas sendo somente sonho.
Uma (ou muitas) música(s) boa(s) pra ouvir, uma proteção, um olhar, um sorriso e um abraço.
Muitas vezes a vida nos oferece coisas que não precisamos, outras ela trata de encaixar na hora mais certa e oportuna.
A oportunidade e o acaso tratam de corrigir erros que praticamos ao longo do caminho, só não pode esquecer que tudo depende mais ainda do tempo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Li e refleti

"Qualquer observador atento perceberá que existem duas espécies de colecionadores no mundo: os convictos e os acidentais. Os primeiros acumulam coisas involuntariamente, com método e perserverança. Os outros apenas cedem à vontade dos objetos, que parecem se agrupar por decisão própria."

Que me desculpem os colecionadores convictos, que por acaso colecionam pessoas, títulos, objetos, amores, decepções.
Refleti e descobri que sou colecionador acidental de felicidade.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Alô!

- Estou com medo.
- Medo de quê?
- Não sei, mas estou.
- Ai, para com isso!
- To te falando que estou com medo. Algo que não sei o que é, nem de onde vem.
- Você as vezes tem essas coisas mesmo, mas não consigo entender.
- Que barulho foi esse?
- Que barulho? Não ouvi.
- Um intermitente. Sei lá.
- É meu coração batendo por você. Eu te amo.
- Eu também te amo. Pena que estamos longe, senão eu te daria um beijo agora.
- É. Preciso desligar.
- Tchau.




Medo pode ser insegurança.
Amor pode ser ilusão.
Distância pode ser boa.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Peço lincença

Nem sei se a Rua Verde é digna de receber uma figura tão importante para o dono da rua.
Peço licença de todos os carros para a passagem de Machado de Assis:

"Se só me faltassem os outros... vá;
um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde;
mas falto eu mesmo, e esta lacuna é...
tudo."

domingo, 21 de março de 2010

Lábios

A boca seca.
Lábios são tentação.
Seduzem.
Beijam.
Falam.
Prometem.
Enganam.
Mentem.
Lábios são tentação.
Traiçoeira tentação.
Gostosa tentação.

sexta-feira, 19 de março de 2010

(Não) Querer

Não quero falar de mudanças, quero mudar.
Não quero falar do tempo, quero sentí-lo.
Não quero falar de sentimentos, quero vivê-los.
Não quero falar de sonhos, quero realizá-los.

Não quero fins e meios, quero novos começos (ou continuações).
Não quero água, quero fogo.
Não quero metade, quero inteiro.
Não quero o dia, quero a noite.

Não quero mais o que quis.
Não quis mais o que queria.
Quero o que quero.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Falta

Se você morresse hoje, morreria feliz ou ficaria faltando algo?
O pior de tudo não é a falta que se faz depois de morrer, mas sim a falta que se leva.
A falta de um beijo, de um abraço, de um carinho, de um olhar.
A falta de um sonho, de uma realização, de um risco.
A falta de uma loucura, de um porre, de um dia de trabalho emendado após a balada.
A falta de um sorriso, de uma lágrima, de um suspiro.
A falta de um amigo, de um companheiro, de um amor.
E apesar de sempre faltar alguma coisa, a pior falta de todas é de si mesmo, do chão, da direção do caminho certo.
A falta, acima de tudo, é boa. Pois só a partir dela descobrimos a melhor forma de virar a vida em busca da felicidade e do encontro com si mesmo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

noite.

pior de tudo é o ponto de interrogação.
mas ele também faz pensar e refletir que caminho seguir. vai saber.
o encontro faz sentir o céu mais perto.
verdadeiro de tudo são as amizades. pra ouvir, pra aconselhar e opinar. apesar de ser baseado em uma visão tendenciosa de quem quer ganhar.
o quarteto fantástico provou que toda segunda-feira pode ser muito mais divertida do que se pode imaginar.
risadas, esperanças, mas tudo com o pé atrás.
no fim de mais um dia, encontrar novamente a família, e ver que importante mesmo na vida é ter um lar.
uma revista nova, novos acessórios, novas conversas (agora retomadas).
espero ser cada dia melhor, se não for pelo menos estou tentando.
obrigado a todos por um dia todo compartilhar as sensações, sentimentos e acontecimentos da conturbada Rua Verde.

tarde.


um almoço de fast food diverte a criançada.
diversão e planos. talvez seja o ideal.
mesmo que não dê nada certo, só o fato de sonhar em ser melhor, já me faz assim.
e a chuva ligeira não esconde o calor, muito menos o sono. só café pra reagir com bravura no cérebro e no corpo.
o café quente embaça as lentes dos óculos.
talvez seja assim que algumas pessoas enxergam a vida: tudo branco e sem perspectivas.
o que é surpresa pra alguns, para outros não passa de uma simples rotina ou então algo passageiro. ninguém sabe o que se passa dentro de um coração, pois muitas vezes a casca engana (não por muito tempo).
vale a pena desembaçar as lentes e ver as verdadeiras cores que estão detrás delas (diferente do preto e branco da fronha da madrugada).
talvez seja hora de dar um novo colorido na vida.
com o pôr-do-sol me despeço de mais um dia de trabalho, e pensando no que me espera pela noite afora.
tomara que seja tão bom quanto tudo hoje.

manhã.


dormir e acordar com a mesma música.
pensar que o dia pode começar melhor (e começar).
ver ao acordar com a manhã fresca e cinzenta que tudo pode ser diferente.
dia de zebra, mas também de amizade sincera. pra conversar e desabafar.
um telefonema surpresa e uma mensagem pode mudar uma vida.
uma tensão a toa, que passa muito rapidamente e uma dependência constante pra resolver isso ou aquilo.
redundância demais, tudo demais.
"algo diz que é hora de recuperar o brilho, de fazer bonito, receber aplausos e superar entraves, especialmente os emocionais. hora de amar sem pedir retorno. se desdobrar para alguém e para algo que sejam especiais pra você". me disseram.
ver as provas de amizade verdadeira emociona.
corações irão se abraçar.
"everything is coll."

madrugada.

uma cadeira verde, um cubo mágico, os óculos brancos e o relógio na mesa de cabeceira.
a música com uma conversa de fundo, de telefone, e uma campainha que sempre aparece, talvez nem seja, mas a ouço.
pra chamar atenção, pra dar o sinal da chegada(de que?).
detalhes e caminhos.
palavras soltas na fronha do travesseiro. só preto e branco.
ao deitar as palavras se confundirão com o turbilhão de pontos de interrogação, exclamação e ponto final que viajam na cabeça.
olhando o céu verde e com nuvens por onde passeiam os aviõezinhos de papel, que uma hora ou outra cairão e, com a chuva e o sol, irão se decompor fazendo com que toda experiência da viagem pelo céu esteja perdida.
o mundo oferece os ventos, as tempestades e os caminhos. cabe saber a hora de encontrar os caminhos certos e descobrir a melhor forma(se é que tem)de passar pelas tempestades e pelos ventos.
e pode ser mesmo que a ajuda esteja a caminho pra consertar o braço e a parte que está quebrada. mas primeiro é necessário saber meu nome.
se está chocado, é culpa da má fabricação.
fabricação da culpa má. estou chocado.
ir no próprio caminho e tudo ficará(?) bem.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

.




dias que vejo essa imagem e ela me diz pra escrever fora da linha, sair do quadrado, do óbvio e, acima de tudo, me dar uma oportunidade de dançar.


obrigado novamente squared-me e @thiagoloreto

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pingo em Pingo

Pingo em pingo.
Gota em gota.
Ta vazio.
Ta enchendo.
Transbordou.
Vai enchendo ou esvaziando.
Sorte do conta-gotas que vai aliviando.
Pouco a pouco, mas vai.
Por enquanto, pois logo estará cheio de novo.
Fluxo constante de encher e esvaziar.
Umas gotas fluem melhor que outras.
Tem gotas pesadas para conta-gotas fracos.
Tem gotas leves para conta-gotas fortes.
Tem gotas suficientes para conta gotas "certos".
Vai pingando.
Uma hora enche, ou esvazia.
É de pingo em pingo e requer paciência.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Guarde por favor!

É segredo.
Não posso contar.
Compartilhado entre dois.
Não há como revelar.
O segredo só tem graça quando é segredo.
Sem segredos não seria bom.
Não existiria confiança, amizade, cumplicidade.
Fala no meu ouvido que eu guardo.
Deixa eu te falar ao ouvido que eu confio.
Guarde e só me lembre quando eu quiser, por favor.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Por um mundo sem mordidas

Duas crianças no pátio da escola brincam com uma bola.
Nesse momento elas estão cada uma no seu momento de aprender a conviver com o outro. Fora da família, fora da sala de aula mediada pela professora, fora do controle da babá ou dos avós. Elas são elas. Verdadeiras por essência.
- Vamos brincar de futebol?
- Não! Vamos brincar de jogar a bola um pro outro.
- Eu não quero brincar assim. Futebol é mais legal.
- Mas a bola é minha, a gente brinca do que eu quero.
- Então eu não te devolvo a bola.
- Me entrega agora!
- Não vou!
No intuito de coagir o colega e pegar a sua bola, uma das crianças morde a outra.


Desde de crianças, os seres humanos estão acostumados a querer, a todo custo, que todos entendam e acatem o que querem, o que pensam e o que acham correto. Pelo menos na infância os fazem de forma sincera.
Crescer é sem graça.
Com o tempo você percebe que as mordidas são diferentes, menos sutis e que não marcam a pele, mas a alma.
Culpa do egoísmo, da falta de compreensão e do desrespeito às diferenças.
Em busca de um mundo sem mordidas.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Welcome 2010




Pra começar 2010 em grande estilo, um desenho maravilhoso do @luizfernando.
Achei linda a imagem e a cara da Rua Verde.
Tudo de maravilhoso.

Para mais do mesmo: http://www.flickr.com/photos/commmodoll

Caminham por aqui.